A arquiteta iraniana se tornou conhecida por suas experimentações modernistas, com obras visualmente instigantes
Zaha Mohammad Hadid é, com certeza, uma das mais importantes e expressivas figuras da arquitetura contemporânea mundial. Nascida no Iraque e naturalizada britânica, ela desenvolveu uma identidade única, que buscava alternativas para os projetos e designs tradicionais, influenciada por movimentos de vanguarda da arte russa.
Conhecida como queen of the curve (ou seja, rainha da curva), Hadid tinha como proposta conceitual libertar a geometria arquitetônica, evocando o caos e a fluidez dos nossos tempos e investigando experimentos modernistas – muitos deles nunca antes testados – para criar obras simplesmente extraordinárias.
Entre seus principais projetos estão o London Aquatics Centre (criado para as Olimpíadas de 2012), o Broad Art Museum, o MAXXI Museum de Roma, a Guangzhou Opera House, o Riverside Museum, Galaxy SOHO, Heydar Aliyev Center, Dongdaemun Design Plaza e Sheikh Zayed Bridge.
Embora o trabalho da arquiteta tenha sido muito reconhecido, algumas de suas premiações vieram postumamente, incluindo o Brit Awards, em 2017. Alguns de seus projetos ainda estavam em construção, na data de seu falecimento (devido a um ataque cardíaco, em 2016), como o Aeroporto Internacional de Daxing, em Beijing, na China, e o Al Wakrah Stadium, no Qatar (país que sedia a Copa do Mundo este ano).
Zaha Hadid foi a primeira mulher a receber o maior prêmio da arquitetura mundial, o Pritzker Architecture Prize, em 2004. Ela também foi vencedora, por dois anos consecutivos, da mais relevante premiação da arquitetura britânica, o Stirling Prize. Por suas contribuições à Inglaterra, foi honrada com o título de Dama, em 2012, pela Rainha Elizabeth II. Também foi a primeira mulher a receber, individualmente, a medalha de ouro do Royal Institute of British Architects.
Paixão pela arquitetura
Zaha Hadid nasceu em 1950, na cidade de Bagdá, filha de um industrial poderoso e de uma artista. De acordo com a própria arquiteta, foram as viagens a antigas cidades sumérias, em sua infância, que despertaram nela o interesse por essa área de atuação.
Sua primeira formação foi em matemática, na American University of Beirut, antes de se mudar para Londres, em 1972, e estudar na Architectural Association School of Architecture. Foi quando seu talento começou a chamar a atenção de outros profissionais. Hadid chegou a ser descrita, por um de seus professores, como “um planeta em sua própria órbita”. Em seus projetos, era como se os prédios estivessem explodindo em milhares de pedaços, com conceitos grandiosos e exuberantes.
A arquiteta abriu seu próprio escritório, Zaha Hadid Architects, em 1980, na cidade de Londres. Foi nesse período que ela aprimorou seu estilo arquitetônico moderno e ousado, diferente de tudo o que estava sendo produzido, na época.
Hadid também lecionou em diversas universidades ao redor do mundo, passando pelos Estados Unidos e Alemanha. Sempre com projetos arrojados e ambiciosos, a arquiteta ganhou projeção internacional quando foi escolhida para mostrar seus desenhos na exibição Desconstrutivismo na Arquitetura, com curadoria de Philip Johnson e Mark Wigley, no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Considerada uma das mais relevantes arquitetas da contemporaneidade, Zaha Hadid construiu um legado que permanece vivo, em diversas cidades ao redor do mundo. Michael Kimmelman, do The New York Times, escreveu sobre ela: “suas estruturas imponentes deixaram uma marca nos skylines das cidades e na imaginação das pessoas, e, nesse processo, reformataram a arquitetura da era moderna.”