< Voltar

Zoneamento estritamente residencial X misto

Vinicius Nageishi, da área de desenvolvimento imobiliário da Esquema Imóveis, fala sobre as vantagens e perfis de imóveis em cada zoneamento

 

A escolha de um imóvel para morar ou investir, seja ele pronto ou em fase de lançamento, precisa levar em consideração um aspecto muitas vezes deixado de lado: o zoneamento da região.

Entre as possibilidades de zoneamento na cidade de São Paulo, duas opções que têm se mostrado interessantes e que apresentam vantagens diversas são as zonas estritamente residenciais (ZER) e as zonas mistas (ZM).

“Obviamente, existe uma concentração muito grande de clientes de alto padrão em bairros estritamente residenciais, como o Jardim Europa, Jardim América e Jardim Paulistano, que são tombados”, afirma Vinicius Nageishi, da área de desenvolvimento imobiliário da Esquema Imóveis.

Em bairros como esses, onde não é possível edificar, a consequência natural é uma grande concentração residencial. “No caso do Jardim Paulistano, em uma faixa entre a Avenida Faria Lima e a Rua Hungria, é permitido construir condomínios horizontais. E essa já se mostra, há cerca de 3 ou 4 anos, uma tendência muito clara para o cliente de alto padrão.”

Segundo Nageishi, a preferência por casas de condomínio está relacionada ao fato de que essa se tornou uma opção atrativa para quem busca se mudar de um apartamento para uma casa, mas deseja manter os benefícios de um condomínio, como segurança e zeladoria.

 

Casa em condomínio no Jardim Paulista

 

Entendendo o zoneamento misto

Para compreender as zonas mistas, é preciso entender o que são zonas de estruturação urbana (ZEU), onde é possível edificar prédios sem gabarito de altura, com um coeficiente de aproveitamento muito grande (de 4 a 6 vezes), porque são regiões próximas de uma estrutura de mobilidade.

De acordo com o especialista da Esquema Imóveis, o Plano Diretor de São Paulo privilegia essas zonas de estruturação, justamente porque um de seus principais alicerces é a questão da mobilidade.

“A zona mista fica um pouco fora disso, periférica à ZEU, permitindo tanto o uso residencial quanto não residencial”, explica Nageishi. Essas regiões têm uma predominância de imóveis residenciais, mas as edificações não podem ultrapassar o gabarito de altura de 28 metros, ou seja, de aproximadamente 8 andares.

“Isso quer dizer que, nas zonas mistas, temos prédios menores, mas existem alguns exemplos de alto padrão, como é o caso do lançamento da Lindenberg na Groenlândia”, ressalta o especialista.

 

 

Conforme aponta Nageishi, por conta da escassez de terrenos nas zonas de estruturação da capital paulista, alguns incorporadores têm optado por áreas em zonas mistas, para projetos de alto padrão. O único desafio, nesses casos, é a formação de terrenos acima de 2 mil metros quadrados.

 

Diferentes perfis

A grande diferença, no perfil de cliente que busca uma área estritamente residencial, com relação àqueles que optam pelo zoneamento misto, está no tipo de imóvel que se encontra nessas localizações. “O cliente que procura apartamentos aceita melhor as áreas mistas; já quem quer uma casa geralmente vai para as zonas estritamente residenciais”, observa.

Para o especialista, a maior vantagem do zoneamento residencial, principalmente onde não há tombamento, é a possibilidade de construir condomínios horizontais, que já se tornaram tendência em São Paulo. Em geral, esses empreendimentos têm gabarito de até 10 metros de altura, com subsolo, térreo, primeiro andar e rooftop.

“A única desvantagem é a limitação de terrenos para incorporação, pois as áreas não tombadas, nos bairros mais nobres da cidade, abrangem uma região muito pequena”, diz Nageishi. “Mas, nesses bairros, o cliente também pode optar por uma casa de rua, que também é um mercado muito interessante e um dos carros-chefes da Esquema Imóveis.”

 

 

Já no caso de zonas mistas, a principal vantagem é a confluência entre imóveis residenciais e comerciais, o que permite maior mobilidade e praticidade para os moradores. “Você tem comércio, serviços e uma série de elementos não residenciais a walking distance de sua casa”, comenta.

Além da facilidade dessa infraestrutura comercial a uma distância que pode ser percorrida a pé, os bairros com zoneamento misto têm se mostrado muito versáteis. “O adensamento de edifícios é menor, sem grandes arranha-céus, e você tem tranquilidade, mas ao mesmo tempo consegue acessar todas as comodidades de que precisa”, salienta o especialista.

Para o desenvolvimento imobiliário, ambos os zoneamentos têm se mostrado muito interessantes. Mesmo a zona mista, que costumava ser desconsiderada para incorporações, tornou-se bastante atrativa, por conta da escassez de zonas de estruturação urbana e também das zonas estritamente residenciais para condomínios horizontais. “Hoje, os incorporadores estão voltando os olhos ao mercado dos condomínios horizontais nas regiões de zoneamento misto, porque perceberam que podem realizar projetos de rápida construção e absorção das unidades, o que permite um resultado muito positivo”, conclui Nageishi.

 

ARTIGOS
RELACIONADOS

Gestão do produto por um único interlocutor e estratégias de marketing direcionadas são algumas das vantagens de um imóvel exclusivo   Para o cliente de alto padrão, o momento de colocar seu imóvel à venda é muito delicado. Sua casa ou apartamento não é somente um bem material, que faz…

  Descubra as características e benefícios desses apartamentos que oferecem um espaço externo privativo e acolhedor para quem quer se sentir morando em uma casa   Os apartamentos garden estão se tornando cada vez mais populares no mercado imobiliário, por oferecerem espaços mais amplos, já que a área externa pode…

É possível definir um padrão de consumo apenas por distinções geracionais?   A Geração Z, composta por indivíduos nascidos entre meados dos anos 90 e o início dos anos 2010, é uma das mais estudadas e discutidas nos dias de hoje. Com o rápido avanço da tecnologia e a crescente…

O CEO da Esquema Imóveis, Marco Túlio Vilela Lima, falou à Casa Vogue sobre o comportamento de consumo dos millennials no mercado imobiliário de alto padrão  

O cenário econômico é amplamente marcado por alterações nas taxas de juros, que causam impacto direto no mercado imobiliário, afetando tanto compradores quanto proprietários e investidores. Mas como? Vamos te explicar.  Com taxas mais baixas, o custo de financiamento acompanha a tendência, incentivando as pessoas a comprarem imóveis. Já com…

O segmento imobiliário de alto padrão termina o primeiro trimestre de 2021 com um desempenho surpreendente   Nesta mesma época, no ano passado, o mercado imobiliário e a economia como um todo passavam por um período de grande incerteza. No entanto, o segmento de alto padrão reagiu bem à crise,…

No mercado imobiliário, o valor de um projeto está relacionado à escassez, à utilidade e ao padrão construtivo   Quando se trata de empreendimentos imobiliários, o mercado se habituou à famosa pergunta: quanto custa o metro quadrado? Dependendo da resposta, o imóvel é classificado como caro ou barato. Muitas vezes,…

O último trimestre de 2024 chegou e, por mais que ainda não seja o momento de fechar as malas para as viagens de final de ano, é a hora de “bater o martelo” acerca do destino. Caso você ainda não saiba para onde ir nessas férias, pode ficar tranquilo pois…