Movimento que perpassa o mercado imobiliário, a moda e o mundo do design
O quiet luxury se configura como uma espécie de reflexo da crise mundial, da inflação e de pós pandemia. O termo ganha destaque a partir do comportamento das pessoas em buscar investir em peças úteis e com durabilidade, sem deixar aparente o quanto foi gasto naqueles itens.
Ostentar vem sendo um comportamento cada vez mais evitado. Com a tradução de luxo silencioso, o termo descreve o consumo com um viés mais discreto, evitando a aderência de itens de grifes ou com marcas estampadas. No entanto, isso não tem relação alguma com o que de fato foi investido naquela peça, mas, sim, com o “exibir” o quanto foi gasto.
De acordo com Valéria Brandini, antropóloga especialista em consumo de luxo no Brasil, “existem marcadores sociais de consumo. Eles são materiais e imateriais. Os materiais o dinheiro até pode comprar, mas esses imateriais apenas quem já faz parte daqueles grupos consegue compreender”.
Quiet luxury e Recession Core
Ambas tendências compartilham a mesma origem: a recessão econômica mundial. Sofia Martellini, especialista em tendências de moda da WGSN, diz que tanto o quiet luxury como o recession core saem do mesmo contexto socioeconômico de crise, desdobrando-se de formas esteticamente similares, mas conversam com diferentes públicos, sendo o do primeiro o consumidor de mercado de luxo.
Afastando-se das tendências passadas à logomania, o quiet luxury preza pela alta qualidade, pela sofisticação, pelo intimismo e pela durabilidade.
Quiet luxury: impacto nos imóveis
Quanto à arquitetura e o design dos ambientes, acredita-se que o termo seja traduzido em uma estética mais clean e sóbria e com grande valor de design. Ainda que uma pessoa opte por morar em uma casa muito grande, a principal busca na hora de se pensar na decoração é garantir o conforto, o que a conduzirá a um estilo mais pendente para o minimalismo e para o clássico, com uma paleta de cores mais neutra e serena, por exemplo. Estes aspectos conferem elegância e sofisticação ao empreendimento sem deixar a discrição de lado.
Segundo Ken Fulk, renomado decorador de interiores, o quiet luxury é sobre contenção. Para ele, “não é sobre um estilo ou um look – que pode ser intercalado e ousado como sempre – mas com um foco na qualidade e em fazer valer cada momento. Desde os rituais diários ao mais pequeno detalhe da arquitetura do espaço, é sobre investir no prazer e na beleza do dia-a-dia”.
A Vogue, uma das mais importantes publicações do setor da moda, prevê que o quiet luxury é uma tendência que se instalará sem percebermos.
Quer conhecer mais sobre o assunto? Confira a nossa matéria “Tendências de Cores e Design para 2023”!
Tendências de Cores e Design para 2023 – Blog | Esquema Imóveis (esquemaimoveis.com.br)