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Iluminação natural: um diferencial na arquitetura

Conheça os benefícios de incorporar em sua casa elementos que permitam a entrada de luz natural

 

A maioria das pessoas passa cerca de 85% de seus dias em ambientes internos (casa, escritório, escola, lojas, restaurantes). Quais são os efeitos disso na saúde humana? A baixa exposição à luz solar pode causar diversas alterações negativas em nosso corpo, desde depressão e irritabilidade a ganho de peso, passando por distúrbios no sono e problemas de visão. Ao mesmo tempo, locais bem iluminados transmitem uma sensação de conforto e bem-estar. Esse é o principal motivo pelo qual é fundamental incorporar a iluminação natural na arquitetura.

Nos dias de hoje, o contato com a natureza tem sido uma preocupação cada vez mais presente nos projetos arquitetônicos. Relatórios como do World Green Building Council, Human Spaces e International Well Building Institute recomendam que alguma conexão com elementos naturais, especialmente a presença de luz do sol, é essencial para a saúde dos usuários, além de contribuir para aumentar a produtividade.

 

 

Trazendo a luz natural para dentro de casa

Projetos que incorporam a iluminação natural nos ambientes devem levar em conta não somente os aspectos estéticos, como também funcionais. É preciso pensar em como o local será utilizado, em que horários e por quais integrantes da família. Assim, luminárias e lâmpadas artificiais podem ser inseridas nos lugares certos. A luz precisa servir a um propósito; do contrário, torna-se apenas um desperdício de energia. Além disso, devem ser observadas as dimensões do espaço, a escolha das cores na decoração, os móveis e materiais construtivos, assim como os acabamentos das superfícies. Todos esses aspectos impactam a maneira como a luz reage e se distribui pelo ambiente.

Quando, por razões de segurança, um proprietário decide ter menos janelas em seu imóvel, uma possibilidade para trazer luz natural é criar tetos de vidro ou vazados, que permitam a entrada do sol durante o dia. Pesquisas indicam que as construções que contam com tetos solares tendem a ser mais eficientes energeticamente, possibilitando até três vezes mais iluminação natural do que janelas verticais.

Outra forma muito eficaz de trazer uma impressão de luminosidade é não utilizar móveis muito grandes ou portas sólidas, que bloqueiem a entrada da luz solar. Para que a luminosidade se distribua de maneira abrangente pelos ambientes, a melhor estratégia é que ela encontre a menor quantidade possível de barreiras físicas. A dica é apostar nos espaços integrados e substituir materiais opacos por portas transparentes ou translúcidas. Pisos de madeira e mobiliário em cores mais claras também intensificam os efeitos da luz natural, assim como espelhos e superfícies reflexivas ou metálicas.

 

 

O posicionamento do imóvel no terreno também deve ser levado em consideração, já que é importante analisar em que momento do dia a luz irá atingir cada ambiente. O ideal é que os espaços sejam iluminados da forma mais homogênea possível, independentemente do horário. Outra opção interessante para trazer mais luz natural são jardins internos, com a vantagem de acrescentarem um pouco de verde aos ambientes. Esse tipo de intervenção ainda ajuda a regular a temperatura da casa, tornando-a mais agradável.

Muitos arquitetos defendem que, para que um espaço possa ser considerado iluminado naturalmente, a fonte primária de sua iluminação durante o dia deve ser o sol. Um projeto arquitetônico efetivo nesse sentido é aquele que permite a entrada da luminosidade, mas sem que incida sobre o local uma luz solar muito direta, que cause incômodo aos olhos. Materiais excessivamente reflexivos também devem ser evitados, ou muito bem posicionados, para que seu brilho não interfira na fruição do ambiente.

Há diversas estratégias que podem ser utilizadas para que o desenho da luz de um projeto arquitetônico seja inteligente e sustentável. Contudo, dois aspectos são fundamentais para que qualquer projeto nesse sentido seja bem sucedido: o controle da luz direta do sol nas áreas em que ela incide e a utilização de objetos ou superfícies que equilibrem a luminância no interior do ambiente (particularmente no perímetro próximo às janelas ou portas de vidro). Essas considerações já fazem parte da maioria dos projetos contemporâneos, mas elementos que ampliam a incidência de iluminação natural também podem ser incorporados em obras de retrofit. Tudo depende de um diagnóstico aprofundado do espaço e de suas possibilidades.

 

Por que a iluminação é tão importante?

 

 

As razões para levar em consideração a iluminação natural nos projetos arquitetônicos são inúmeras. Confira algumas delas:

 

  1. Saúde e bem-estar

O olho humano se adapta mais facilmente à luz natural do que à artificial, o que faz com que o globo ocular se tensione de maneira nociva na presença de lâmpadas fluorescentes. Cientistas do Lighting Research Center (LRC), em Troy, nos Estados Unidos, descobriram que a luz do dia aumentava não somente a produtividade dos participantes do estudo, como os estimulava mentalmente, regulando os ritmos circadianos (relativos à atividade física, química, fisiológica e psicológica do organismo). Pessoas que realizam suas atividades diárias em um local naturalmente iluminado apresentam um aumento de performance de 10 a 25% em sua clareza mental e memória.

Além do aumento da produtividade e do bom humor, a iluminação solar estimula a produção de Vitamina D, melatonina e serotonina. Há um tipo de depressão conhecido como transtorno afetivo sazonal, que se desencadeia quando as pessoas não recebem suficiente luz do sol – isso porque dias mais longos aumentam a produção do “hormônio da felicidade”, a serotonina, que é um estabilizador natural do humor. Já a Vitamina D ajuda a regular o sistema imunológico, aumenta a eficiência do funcionamento do cérebro, contribui para a manutenção do peso e da densidade óssea, além de reduzir o risco de doenças no coração e de alguns tipos de câncer. O contato com os raios solares também transmite uma sensação de conexão com a natureza, muito necessária para uma vida saudável, principalmente em grandes centros urbanos.

 

 

  1. Baixo custo

A economia de energia elétrica é outro fator muito importante, quando se pensa na necessidade de ambientes naturalmente iluminados. Afinal, a luz do sol é uma fonte renovável e gratuita. Isso quer dizer que construções com boa incidência de iluminação natural permitem economizar nas contas de luz e evitar o desperdício de recursos. A eficiência energética é certamente um dos carros-chefes da arquitetura moderna, em sua busca constante por sustentabilidade, redução do consumo e respeito ao meio ambiente. Locais equipados com sensores automáticos, que se adequam conforme a iluminação que recebem durante o dia, podem reduzir os custos energéticos de 20 a até 60%.

 

  1. Ambientes mais espaçosos

Esse é um recurso utilizado há séculos por arquitetos e designers de interiores: ambientes com muita luz natural transmitem uma impressão de amplitude maior do que aqueles que são iluminados artificialmente.

 

 

  1. Cores mais brilhantes

A iluminação natural permite que as cores “saltem aos olhos” com maior nitidez e profundidade, o que também torna os ambientes mais agradáveis. Todas as tonalidades de cor são realçadas e parecem muito mais bonitas quando iluminadas naturalmente.

 

  1. Ar fresco

A falta da luz do sol cria ambientes úmidos e escuros, que facilitam o aparecimento de bolor e a proliferação de bactérias, fatores que provocam mau cheiro e danos à saúde. Grandes janelas ou portas de vidro permitem a entrada de ar e de uma quantidade adequada de iluminação natural, fazendo com que o ambiente permaneça agradável, limpo e saudável.

 

  1. Sensação de conforto

Espaços que são iluminados naturalmente passam a sensação de serem mais confortáveis, quando comparados a outros que dispõem apenas de iluminação artificial. Além disso, a exposição excessiva à luz elétrica pode causar desconforto, dores de cabeça, incômodo nos olhos e até mesmo ansiedade.

 

 

  1. Beleza atemporal

Principalmente nas últimas duas décadas, as tendências da arquitetura e do design têm se voltado à criação de projetos residenciais e comerciais sustentáveis e inovadores, com excelente aproveitamento dos recursos naturais. Quanto mais as tecnologias avançam, mais os sistemas inteligentes e eficientes de iluminação são aprimorados. Depender de iluminação artificial se tornou algo antiquado, enquanto explorar a luz natural é cada vez mais elegante e nunca sai de moda.

 

  1. Valorização do imóvel

No mercado imobiliário, um dos principais fatores para determinar o valor de um imóvel é a maneira como a iluminação natural se distribui pelos ambientes. Inegavelmente, a configuração dos espaços e a quantidade de portas e janelas são fatores essenciais em qualquer projeto arquitetônico, assim como um bom planejamento da iluminação artificial. Pesquisas relacionadas a imóveis comerciais indicam que, quando eles possuem poucas janelas, seu valor tende a ser 20% abaixo dos outros.

A luz ajuda a definir a percepção que as pessoas têm dos espaços e é também uma ferramenta capaz de transformar o aspecto de um local, estimulando sensações como aconchego, relaxamento e conforto. Ou seja, um design que permita a entrada da luz do sol em um imóvel traz não apenas vantagens financeiras, como benefícios à saúde e ao bem-estar de seus ocupantes, proporcionando uma sensação duradoura de calma e tranquilidade.

 

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