Um dos mais sustentáveis do mundo, o edifício criado por Koichi Takada eleva o conceito de floresta urbana a um novo patamar
O projeto mais recente do conceituado estúdio Koichi Takada Architects, concebido para o distrito cultural de Brisbane, na Austrália, prevê a construção de um edifício realmente excepcional. Mesclando uso residencial com atrações culturais, o Urban Forest foi planejado para ser o prédio residencial mais verde do mundo. Essa verdadeira “floresta urbana” já foi projetada com foco em estratégias de design sustentável, ostentando um jardim vertical densamente arborizado. Todos os detalhes promovem a integração entre arquitetura e natureza, favorecendo a iluminação e a ventilação naturais.
O edifício foi criado para o Aria Property Group e tem previsão de comportar 30 andares, com 382 apartamentos, mais um rooftop de dois andares com garden e amenidades, além de um parque público de 1.642 m² no térreo. O objetivo é “naturalizar” e ao mesmo tempo humanizar a arquitetura, já que o parque será aberto à circulação e totalmente integrado ao espaço da rua, com grandes colunas seguindo formas orgânicas, para simular troncos de árvores. A proposta é restaurar o espírito comunitário, por meio da interação social e da promoção do bem-estar coletivo, reduzindo a sensação de isolamento provocada pela maioria dos edifícios residenciais em grandes cidades.
Seguindo a tendência dos jardins verticais, o paisagismo do projeto irá abrigar 1.000 árvores e mais de 20 mil plantas, de 259 diferentes espécies nativas, para que as fachadas se tornem um elemento ativo da edificação. A ideia é que as plantas atuem para enriquecer a biodiversidade local, além de contribuírem para a redução das emissões de CO2 da cidade. De acordo com o criador, Koichi Takada, o projeto é o mais verde que pode ser realizado com as técnicas disponíveis na arquitetura contemporânea e dentro das regulamentações atuais. Concebido para ser um modelo de excelência em sustentabilidade, o objetivo do Urban Forest é a obtenção de 6 estrelas, que equivalem à categoria platina, na Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).
O projeto também contempla um trabalho de conscientização da comunidade, com um centro turístico dedicado a educar os visitantes a respeito de temas como design sustentável, vegetação e biodiversidade. Para os criadores do Urban Forest, existe a necessidade de uma mudança de paradigmas, já que o foco da humanidade, desde a revolução industrial, tem sido na produção em massa, mas agora precisa se voltar para a recuperação em massa dos nossos recursos naturais.
Takada acredita que chegamos em um momento no qual é preciso repensar nossos métodos de construir, adaptando os projetos arquitetônicos à realidade em que vivemos. O concreto, o aço e o vidro são materiais essencialmente utilizados na indústria – que o arquiteto chama de “materialidade morta”. Para ele, é preciso abraçarmos a “materialidade viva”, a “arquitetura viva”, capaz de manter uma relação contínua e duradoura com seu entorno.
As plantas de cada uma das varandas, distribuídas de maneira escalonada no prédio, ajudarão a controlar a temperatura e a insolação das unidades. Além disso, os apartamentos terão pé-direito de 3 metros e os balcões externos serão três a cinco vezes maiores do que o normal para esse tipo de prédio (com uma média de 28 m² por terraço, metade desse espaço ocupado por plantas). Assim, será necessário ligar o ar-condicionado apenas nos dias mais quentes do ano.
A princípio, o projeto levantou questionamentos sobre seu custo de manutenção. Contudo, para que o prédio mantivesse suas características sustentáveis e ecológicas, o cliente (Aria Property Group) se comprometeu a manter a vegetação do Urban Forest mesmo após a entrega da edificação. O grupo também se propôs a adquirir uma área rural fora da cidade, para a plantação de árvores como forma de compensação ambiental e neutralização da pegada de carbono.
Desde que fundou o escritório Koichi Takada Architects, há 13 anos, Takada tem se destacado por seu trabalho extremamente sensível e focado na integração com o meio ambiente. Esse é um dos motivos pelos quais sua empresa foi vencedora do Architizer A+ Awards deste ano. A inspiração nos elementos naturais é uma prática recorrente no trabalho desse arquiteto que, depois de muito tempo utilizando referências visuais da natureza, percebeu que poderia fazer ainda mais: ajudar a restaurá-la e trazê-la de volta para os centros urbanos.
No Brasil, o conceito de edifício verde também está sendo muito bem explorado no projeto Cidade Matarazzo. A Torre Rosewood, do arquiteto Jean Nouvel, foi concebida para estabelecer uma conexão entre passado, presente e futuro, utilizando essencialmente materiais de origem brasileira. A torre contará com uma série de terraços, como jardins suspensos, onde serão plantadas as mesmas espécies de árvores do entorno. O projeto busca unir arte e natureza para transformar a paisagem urbana.
Conheça os apartamentos disponíveis no Cidade Matarazzo.