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Novos códigos de conduta profissional

O que muda nas relações profissionais pós-pandemia? Como manter a equipe próxima, mesmo com as medidas de distanciamento?

 

Depois de mais de dois meses em quarentena, já seria de se esperar que o retorno às atividades presenciais nas empresas trouxesse adaptações. Algo que deve mudar de forma permanente são as relações interpessoais no ambiente corporativo. Afinal, o grande desafio a partir dos próximos meses será manter o calor humano, a cordialidade e o compartilhamento de ideias que tanto apreciamos nas interações com as outras pessoas, em uma realidade na qual é preciso manter o distanciamento físico.

Quando pensamos que, ainda no início deste ano, muitos de nós podíamos ir ao trabalho sem preocupações, tomar um café com os colegas e realizar reuniões presenciais com tranquilidade, percebemos o quanto essa rotina se tornou algo distante na “nova normalidade” que precisaremos assimilar. Por isso, novos códigos de conduta serão necessários no mundo dos negócios, tanto nas relações com a equipe quanto com os clientes.

 

 

O lado positivo da mudança

Primeiramente, é preciso encararmos essa realidade em transformação de maneira positiva. Cuidados com a segurança e a saúde, no local de trabalho, podem garantir uma melhor qualidade de vida para todos, diminuindo riscos desnecessários.

E como serão esses novos ambientes corporativos? Aspectos como o aumento do espaço entre as mesas, o respeito ao distanciamento interpessoal, mais atividades realizadas de forma virtual e soluções para garantir a higienização das mãos serão essenciais. De acordo com especialistas, algumas das principais mudanças que veremos nas relações profissionais serão:

Distanciamento físico – Reuniões com dezenas de pessoas serão definitivamente abolidas, já que muitos estarão temerosos no que diz respeito a toques. Apertos de mão também devem ser eliminados, assim como abraços e beijos no rosto. Além disso, será necessário distanciar as estações de trabalho umas das outras, se possível com divisórias separando as pessoas. Para reduzir a sensação de afastamento, nesse caso, a recomendação é que a comunicação verbal seja reforçada. As palavras serão uma forma de substituir o contato físico – que faz parte da nossa natureza desde o início da evolução humana, como um mecanismo para estabelecer conexões. No caso de interações por videochamada, novas formas de intimidade podem ser estabelecidas, baseadas no ambiente no qual o interlocutor se encontra ou na leitura dos gestos e do tom de voz.

 

 

Obrigatoriedade do uso de máscaras – A recomendação dos profissionais de saúde é que, em situações nas quais as pessoas precisem interagir com outras, o uso de máscaras faciais seja respeitado. Ou seja, tanto fora do escritório quanto dentro, a regra é permanecermos protegidos. Muitas empresas já estão providenciando máscaras de proteção personalizadas para seus colaboradores, para que eles não apenas se mantenham seguros, como estejam de acordo com a linguagem visual da marca que representam. Outro desafio, nesse contexto, será transmitir cordialidade sem que seja possível visualizar todo o rosto do interlocutor e todas as nuances de sua expressão facial. Novamente, a fala será de extrema importância, mesmo que levemente abafada pelo tecido das máscaras – por isso mesmo, deve ser clara e direta.

Maiores cuidados com a saúde – Com a pandemia, não apenas os indivíduos passaram a observar melhor sua própria saúde, como as empresas adotaram políticas mais flexíveis com relação ao bem-estar físico e mental de seus colaboradores. A empatia e o cuidado no que diz respeito ao próximo, nessa nova realidade, tornaram-se indispensáveis. Muitas pessoas, mesmo que não tenham contraído o vírus, foram impactadas emocionalmente e financeiramente pela pandemia. Por isso, a compreensão e a colaboração neste momento de reabertura com certeza farão a diferença no sentimento de pertencimento e acolhimento dos trabalhadores com relação à sua empresa.

Mais foco nos encontros presenciais – Além de priorizar as conversas por meio digital, o que nos levou a descobrir que elas podem ser muito mais práticas e produtivas do que imaginávamos, a necessidade do distanciamento deve fazer com que as reuniões que de fato aconteçam presencialmente sejam muito mais focadas e objetivas. Talvez essa seja uma das maiores adaptações da cultura empresarial: o valor de se encontrar pessoalmente com alguém aumentou de forma significativa, assim como a necessidade de se organizar e utilizar da melhor forma possível nosso tempo limitado de interações presenciais. O aspecto positivo é que, com maior atenção ao que precisamos resolver, as soluções devem aparecer de maneira mais dinâmica e eficiente.

Reavaliação da cultura empresarial – Os tempos em que vivemos levam a uma redefinição de valores e prioridades, não apenas individualmente, observando melhor os comportamentos no escritório, como na própria cultura da empresa. Até mesmo as festas e happy hours terão de ser um pouco mais contidos, sem o compartilhamento de petiscos e tomando cuidado para respeitar o espaço pessoal de cada um. Embora seja mais difícil estabelecer conexões pessoais sem a proximidade ou o contato físico, a criatividade e a tecnologia são nossas grandes aliadas neste momento. Mesmo em ambientes profissionais como a Esquema Imóveis, nos quais a cultura empresarial está ligada à amizade, aos encontros, e em que os colaboradores veem a empresa como uma extensão da família, a solução para um retorno saudável e ao mesmo tempo caloroso é pensar no bem-estar do próximo e ajudar uns aos outros, seguindo à risca as recomendações do protocolo de segurança.

Flexibilização dos horários de trabalho – Para evitar que os espaços do escritório fiquem sobrecarregados, adaptações no que diz respeito aos horários de atividade das equipes deverão ser feitas. Muitos passarão a adotar o trabalho remoto como norma, outros frequentarão o ambiente corporativo em formato de rodízio – ou em horários alternativos, para evitar aglomerações. Ou seja, o tempo passado presencialmente na empresa será quase um luxo; portanto, precisará ser aproveitado de forma consciente por todos. Mais do que nunca, a interação com colegas e o compartilhamento de ideias serão essenciais para compensar a distância. Aprender a utilizar as ferramentas digitais se tornará uma habilidade de grande importância, praticamente imprescindível a qualquer profissional. Precisaremos nos reinventar diariamente.

 

Proximidade na distância

Se tem algo que o distanciamento social trouxe, que afetará de maneira concreta o futuro das relações de trabalho, é o fortalecimento dos laços pessoais formados entre colegas, especialmente durante a quarentena. As novas normas de conduta entre os colaboradores de uma empresa, nos dias de hoje, são a confiança e o respeito. Equipes se tornaram mais próximas e os profissionais perceberam o valor de conhecerem bem uns aos outros, para conseguirem trabalhar juntos mesmo à distância.

Antes do coronavírus, encontrando diariamente nossos parceiros de trabalho, provavelmente não dávamos tanta importância ao privilégio desse contato constante e irrestrito. No retorno ao escritório, depois de vários meses tendo de nos comunicar somente por mensagens ou ligações, passaremos a ver cada pequena interação sob uma nova perspectiva. Essa adaptação será também um aprendizado. A importância de olhar nos olhos, de comunicar pelos gestos e, principalmente, de ouvir o outro com atenção, será maior do que nunca.

 

 

Uma questão cultural

O povo brasileiro tem uma cultura naturalmente calorosa e receptiva, que preza muito o contato físico para demonstrar afeto, simpatia e amizade. Infelizmente, a pandemia fez com que reavaliássemos nosso costume de abraçar, beijar, apertar as mãos e manter uma proximidade física às outras pessoas. A noção de “estar distantes, mas próximos”, que se espalhou junto com o vírus, já se tornou aceitável e recomendável na maior parte do mundo. Por isso, vale a pena observarmos diferentes culturas e a maneira como se cumprimentam, para pensarmos em alternativas no que diz respeito às interações sociais daqui para a frente.

Acenar com a mão ou com a cabeça – No sul dos Estados Unidos, é comum as pessoas se cumprimentarem dessa forma, principalmente quando estão dentro de seus carros e avistam conhecidos na rua. Em tempos de coronavírus, esse talvez seja um dos cumprimentos mais seguros.

Colocar a mão no coração – Na Malásia, essa é uma forma tradicional de se cumprimentar alguém. O gesto vem acompanhado de um aceno com a cabeça e significa boa vontade e coração aberto.

Fazer uma reverência – Em países como a Índia, Nepal, Tailândia, Camboja e Japão, fazer ume leve reverência com a parte superior do corpo é uma forma respeitosa de saudar as pessoas ou demonstrar gratidão. Em alguns locais, o movimento é acompanhado com um gesto das mãos: em forma de prece, junto ao peito (o cumprimento que conhecemos como “namaste”).

Beijar o ar, próximo à face – Na França, Itália, Portugal, Ucrânia e Canadá, a prática de beijar o ar, próximo ao rosto da outra pessoa, pode substituir o beijo propriamente dito. A quantidade de “beijos” varia muito de país para país, podendo ir de um até quatro, dependendo da localidade.

Colocar a língua para fora – O curioso cumprimento é praticado no Tibete e se originou quando os monges mostravam suas línguas ao chegarem em um lugar novo, para demonstrarem que vinham em paz e que não eram a reencarnação de um cruel rei do século IX, conhecido por ter a língua negra.

Bater palmas – A prática pode parecer engraçada para nós, mas no Zimbábue e Moçambique um breve aplauso pode fazer parte do cumprimento. Geralmente a primeira pessoa bate palmas uma vez e a segunda responde com duas palmas, antes de dizer “olá”.

Encostar ou roçar os narizes – O cumprimento, não muito recomendado nos tempos em que vivemos, é comum em alguns países árabes e na Nova Zelândia. Ao se encontrarem, duas pessoas encostam a testa e o nariz uma na outra para “compartilhar a respiração”, o que é um sinal sagrado de boas vindas em algumas culturas.

Cumprimentar os idosos primeiro – Em muitos países da Ásia e da África, é comum reverenciar os idosos e se dirigir a eles antes de qualquer outra pessoa, em uma saudação. Nas Filipinas, por exemplo, o recém-chegado pega a mão do idoso e a pressiona gentilmente junto à própria testa, em sinal de respeito.

Apertar as mãos – Em inúmeros países, principalmente na cultura ocidental, estender a mão para cumprimentar alguém é um gesto quase automático. Um aperto de mãos amigável e vigoroso transmite simpatia e segurança. Esperamos poder voltar a cumprimentar as pessoas dessa forma em breve; mas, enquanto não isso é possível, uma alternativa recomendada por muitos é um leve e amistoso encontro de cotovelos.

 

 

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