Na arquitetura, a busca por otimização e fruição dos espaços tem levado, cada vez mais, ao aproveitamento dos telhados ou rooftops
A arquitetura está sempre buscando novas formas de utilizar e reinventar os espaços. Principalmente nas grandes cidades, essa busca pelo melhor aproveitamento dos ambientes se reflete em soluções criativas e funcionais. Nesse sentido, a utilização do rooftop (um espaço multiuso, geralmente criado como área de lazer, no telhado de casas ou coberturas) é uma maneira inteligente e muitas vezes surpreendente de aproveitar todo o potencial de seu imóvel.
Com a crescente verticalização das cidades, a arquitetura encontrou no uso dos rooftops uma forma de aproximar seus usuários da natureza. Como se trata de um espaço aberto e normalmente cercado por plantas, o local se torna perfeito para contemplar o pôr do sol ou beber um vinho sob as estrelas. Assim, esse elemento arquitetônico se torna uma forma de ressignificar a vida no contexto urbano.
Não há limites para a criatividade, no que diz respeito às funções que o rooftop pode adquirir. Ele pode servir como um terraço, onde os moradores vão tomar sol, ou também uma espécie de lounge para aproveitar as noites agradáveis, ao lado de uma lareira. Muitos rooftops já têm em seu design um projeto de paisagismo, com o objetivo de trazer o jardim ou o quintal para essa parte especial da casa. Há também aqueles que contam com ofurôs ou piscinas, tornando-se áreas de lazer para toda a família. Existe a opção, ainda, de transformar esse espaço adicional da casa em um local para a prática de esportes e atividades físicas.
A vantagem de transformar o rooftop em um jardim, com plantas e paisagismo, além do aspecto decorativo e da valorização da arquitetura, é que a vegetação atua como um isolante térmico, controlando a temperatura de todo o imóvel. Em geral, os jardins instalados em telhados ou lajes são projetados com plantas que possam resistir bem à incidência solar e que não requeiram muita água ou solo profundo, já que geralmente não é possível ter um terreno de grande profundidade nesses locais. O uso de pedras, decks de madeira e espelhos d’água também pode acrescentar muito charme a esse tipo de ambiente.
Para quem deseja ter plantas em seu rooftop, a manutenção desse jardim é algo muito importante, para evitar o aparecimento de ervas daninhas e manter a vegetação sempre saudável e bonita. No entanto, os benefícios desse “telhado verde” certamente compensam, já que você pode criar um verdadeiro oásis em meio à cidade, mesmo em um espaço reduzido, com um bom projeto de paisagismo.
Cuidados com o rooftop
De acordo com arquitetos e engenheiros, a principal preocupação ao projetar um rooftop é analisar a orientação do sol. O mais adequado é que qualquer área construída não bloqueie a luz solar, possibilitando o melhor aproveitamento dessa área. No entanto, a exposição constante do rooftop aos raios solares também deve ser considerada na hora de escolher as plantas; isso porque o paisagismo precisa ser trabalhado para tornar o ambiente fresco e termicamente agradável, até mesmo nas estações mais quentes. É importante que existam elementos para fornecer sombra, como árvores ou guarda-sóis – contanto que esse peso extra seja considerado no projeto, para não sobrecarregar o telhado.
As condições climáticas do local também devem ser levadas em consideração. Se há muito vento ou chuva, os móveis e objetos decorativos precisam ser pensados para que nada se danifique com a exposição ao tempo. Outro cuidado diz respeito à necessidade de remoção do excesso de água, que pode se acumular no rooftop, principalmente em épocas mais chuvosas. Observando esses detalhes e tomando conta do seu rooftop, basta sentar e aproveitar todas as vantagens que ele pode oferecer.
A tendência dos rooftops
Desde a antiguidade, os rooftops são elementos considerados muito atrativos na arquitetura verticalizada. Os famosos Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo, são bons exemplos disso. Embora não existam registros históricos de sua existência, acredita-se que eram estruturas de jardins (inclusive com árvores frutíferas e cascatas), construídas em terraços de um castelo pertencente ao rei Nabucodonosor, por volta do século VI A.C.
Na arquitetura contemporânea, o conceito dos rooftops “entrou na moda” no início dos anos 2000, quando os Estados Unidos criaram um sistema de avaliação chamado Leadership in Energy and Environmental Design (LEED). Iniciativa do US Green Building Council, esse sistema buscava valorizar projetos sustentáveis, com design inteligente e baixo consumo de energia elétrica, ambientalmente adequados às necessidades do mundo atual. A cidade de Chicago, por exemplo, tornou obrigatório aos novos edifícios que incluíssem em seus projetos “telhados verdes”.
Atualmente, a parte superior de casas ou prédios tende a ser utilizada não apenas como forma de manter a sustentabilidade ambiental da construção, mas como espaço de fruição e lazer. Ao invés de serem simplesmente áreas cobertas por vegetação, arquitetos e paisagistas passaram a buscar nos rooftops ambientes que trouxessem uma harmonia entre a natureza e os usuários do imóvel. A ideia é otimizar o espaço vertical e aproveitar cada metro quadrado; já que, nas cidades grandes, o espaço é um aspecto cada vez mais limitado e valioso.
Os rooftops têm se tornado, mais do que um diferencial (especialmente no mercado imobiliário de alto padrão), elementos indispensáveis em projetos arquitetônicos sustentáveis. Se bem aproveitados, são espaços que ajudam a valorizar um imóvel, tornando-o mais atrativo a possíveis compradores. Afinal, o topo de uma casa ou cobertura pode se transformar em um verdadeiro refúgio, onde é possível relaxar e aproveitar ao máximo a vista, oferecendo aos moradores uma nova perspectiva da vida na cidade.