Saiba como o movimento modernista, com suas características marcantes, continua inspirando projetos arquitetônicos contemporâneos
Os estilos e movimentos arquitetônicos tendem a acompanhar as revoluções artísticas, culturais e sociais. No caso do modernismo, seus conceitos básicos surgiram na Europa, nas primeiras décadas do século 20, e acabaram impactando diversos países do mundo, incluindo o Brasil.
A Semana de Arte Moderna de 1922 (que, em fevereiro deste ano, completou seu centenário) é considerada o marco da chegada dos ideais modernistas ao nosso país. O evento reuniu manifestações de dança, música, poesia e obras de arte. Mas as influências e tendências do modernismo puderam ser vistas nas mais diversas áreas, desde o cinema até o design e a arquitetura.
No que diz respeito ao movimento arquitetônico modernista brasileiro, uma das principais referências foi a escola alemã Bauhaus, criada em 1919 pelo arquiteto Walter Gropius. A proposta era rever os conceitos considerados ultrapassados, utilizando materiais e técnicas mais modernos. O novo estilo de projetar edificações priorizava a simplificação dos volumes e a geometrização das formas, com predominância de linhas retas.
Características modernistas na arquitetura
Conforme descreveu o arquiteto alemão (naturalizado americano) Mies van der Rohe: “menos é mais”. A frase resume bem um dos principais conceitos modernistas. Por sua simplicidade e minimalismo, com foco na praticidade e funcionalidade, além de espaços amplos e formas geométricas, o estilo permanece extremamente atual, mesmo depois de praticamente um século de sua concepção. Nos dias de hoje, em projetos contemporâneos, é comum encontrar inúmeras inspirações da arquitetura moderna.
Um dos mais icônicos arquitetos modernistas foi o francês Le Corbusier. Em 1926, ele propôs o que conhecemos como os 5 pontos da arquitetura moderna, detalhando os elementos característicos desse estilo:
- Fachada livre – sem vedações e divisórias em suas estruturas.
- Janelas em fita – janelas amplas, que percorrem as edificações, possibilitando a entrada de muita iluminação natural.
- Pilotis – colunas que substituem as paredes estruturais, criando espaços abertos, com vãos livres, e favorecendo a circulação.
- Terraço-jardim – quando as coberturas e telhados são utilizados como terraços e jardins, para o lazer dos usuários.
- Planta livre – ambientes abertos e integrados, o que permite liberdade no layout e também espaços mais ventilados e bem iluminados.
Essas características modernistas possibilitaram a criação de projetos mais orgânicos e com maior integração entre interior e exterior, já que a estrutura passou a se tornar independente das paredes.
No que diz respeito aos materiais, houve uma revolução tanto nas matérias-primas utilizadas na construção, quanto nas tecnologias construtivas. O concreto aparente, o aço e o vidro estão entre os preferidos dos arquitetos modernistas e daqueles que, hoje, inspiram-se nesse estilo.
No Brasil, alguns dos principais expoentes do modernismo foram Paulo Mendes da Rocha, Lina Bo Bardi, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e Gregori Warchavchik (nascido na Ucrânia e naturalizado brasileiro).