Conheça as características e origens desse estilo arquitetônico que ainda hoje é encontrado em imóveis charmosos, com ares de interior
A época dos impérios coloniais nas Américas, que se iniciou com as navegações de Portugal e Espanha e teve seu auge com a descoberta e a colonização de países como o Brasil, ocorreu aproximadamente entre os séculos XVI e XIX.
Nesse período, o estilo arquitetônico em voga no nosso país era marcadamente influenciado pela arquitetura portuguesa, com adaptações ao clima tropical.
Até os dias de hoje, é possível encontrar exemplares dessa arquitetura colonial brasileira (ou mesmo construções mais recentes, inspiradas por esse estilo). Igrejas e mosteiros de cidades antigas, instituições culturais, casas de campo, pousadas e restaurantes mantêm características que remetem a esse período.
As correntes estilísticas importadas da Europa, a partir do século XVI, não adaptaram apenas a funcionalidade dos ambientes, como também as técnicas e materiais construtivos, já que muitos dos recursos disponíveis em Portugal não eram encontrados no Brasil.
De acordo com estudiosos, os tipos de casas mais comuns ao período colonial brasileiro eram as térreas e os sobrados, com padronização de plantas. Geralmente a cobertura era o chamado telhado em duas águas, com telhas cerâmicas.
Os centros históricos de cidades como Salvador, Ouro Preto, Olinda, Diamantina e São Luís do Maranhão são alguns exemplos de locais com grande concentração, até os dias de hoje, de construções nesse estilo.
Por conta da falta de registros, os responsáveis pelos projetos arquitetônicos daquela época acabavam ficando, em sua maior parte, no anonimado. Muitos deles eram religiosos, engenheiros-militares, mestres de obras, pedreiros ou carpinteiros.
As técnicas utilizadas eram taipa-de-pilão e pau-a-pique, com materiais facilmente encontrados em nosso país, como barro e madeira, embora estruturas mais sofisticadas também fossem construídas em alvenaria de pedra ou tijolos de adobe, com madeiramento para pisos e tetos.
Nas cidades, as casas tinham planta estreita, com maior iluminação natural nos ambientes voltados para a rua e nos fundos, onde geralmente ficavam os quartos, com um corredor central ou lateral para circulação.
Já as áreas mais afastadas dos centros urbanos permitiam maior liberdade em relação à área construída, com ambientes mais amplos e a possibilidade de implantação de grandes janelas e portas abertas para varandas, que proporcionavam grande luminosidade.
Nas construções com inspiração colonial, é possível encontrar traços arquitetônicos renascentistas, maneiristas, barrocos, rococós e neoclássicos. Já entre as características e elementos mais marcantes desse estilo, destacam-se:
- Telhados com beirais esculpidos;
- Varandas e alpendres, sacadas e balcões com gradis de ferro;
- Esquadrias de madeira nas portas e janelas (em formato retangular ou em arco);
- Pisos de ladrilhos, madeira, pedra ou mármore;
- Decoração com azulejos portugueses;
- Fachada simples, com ornamentos discretos.