O empresário português Rafael Ascenso compartilha suas perspectivas sobre a retomada da economia e o futuro do mercado imobiliário no país
Diversos países da Europa, inclusive Portugal, já aplicam medidas para flexibilização do isolamento social e reabertura da economia, devido à redução de números de infectados pelo coronavírus. Para termos uma perspectiva de como está a situação em um continente que enfrenta um momento diferente do nosso na pandemia, conversamos com Rafael Ascenso, gerente geral da Porta da Frente, empresa do segmento imobiliário de Portugal.
O país esteve sob estado de emergência durante 45 dias (entre 18 de março e 2 de maio), com confinamento obrigatório e fechamento do comércio e serviços. Durante esse período, grande parte das empresas assumiram o regime de trabalho remoto, em home office. “A Porta da Frente não foi exceção. Continuamos a trabalhar e assegurar os nossos serviços na totalidade, através de ferramentas digitais como videochamadas, visitas virtuais, reuniões virtuais e envio de imagens”, explica Rafael. “Temos uma plataforma criada há alguns meses, que permite um contato rápido direto por via digital e que garante um atendimento personalizado ao cliente.”
De acordo com Rafael, o mercado imobiliário português sofreu, inevitavelmente, algumas alterações e adaptações durante o período de quarentena. “Houve um considerável adiamento de negócios, mas tivemos poucos cancelamentos – o que é muito positivo”, afirma. No entanto, como muitos de seus clientes são estrangeiros e estiveram impossibilitados de viajar à Europa nos últimos meses, houve uma queda temporária na procura de imóveis. “O mercado imobiliário português já vinha sofrendo um ajustamento de preços e de oportunidades desde 2019, o que se acelerou agora. Ou seja, não consideramos que exista ou venha a existir uma queda de mercado, mas sim um ajustamento natural e que era necessário para o equilíbrio e a maturidade de um setor que cresceu durante 6 anos consecutivos.”
O retorno às atividades
Segundo Rafael, a retomada das atividades presenciais em Portugal, obedecendo as medidas de higiene e de proteção contra o vírus, está sendo gradual. “Embora tenhamos mantido as nossas portas sempre abertas, através das diversas ferramentas digitais, temos retomado gradualmente a atividade nos escritórios, com segurança e zelo por todos os colaboradores e clientes. A abertura dos nossos escritórios é um sinal de confiança e otimismo para esta ‘nova normalidade’, não só para nós, mas, fundamentalmente, para os nossos clientes. É crucial termos as portas abertas para conversar, para reunir, para transmitir confiança e mostrar que acreditamos no mercado. Neste segmento, é particularmente importante nutrir a proximidade ao cliente”, ressalta.
Rafael conta que, na Porta da Frente, foram criados dois documentos de normas e boas práticas (um para utilização interna e outro para os clientes), que traçam parâmetros para essa “nova normalidade”. Nos manuais, são abordados temas específicos da atividade imobiliária e também referentes ao trabalho em escritório, reforçando as regras de distanciamento social e higienização individual e dos espaços: utilização de máscara obrigatória, disponibilização de álcool em gel e luvas, eliminação de qualquer contato físico, arejamento das salas, etc. “Assumimos a missão de guiar e instruir os nossos clientes neste período desafiante e em constante mudança. Temos de ser agentes proativos e, com confiança, explicar a necessidade de se adaptarem positivamente a esta nova realidade”, observa.
De acordo com nosso parceiro, os desafios estão sendo encarados como oportunidades para reforçar o posicionamento da empresa no mercado e junto aos clientes, mostrando perseverança, resiliência e investimento no setor. Para Rafael, o atendimento, seja presencial ou digital, é um dos aspectos essenciais. “Nesta fase, é ainda mais importante um atendimento personalizado e cuidado aos nossos clientes, pensando também no seu bem-estar e segurança”, explica. Nesse sentido, as oportunidades também vêm atreladas à otimização dos processos digitais. “Embora já tivéssemos todas as ferramentas digitais que usamos atualmente, neste período elas se tornaram cruciais e imprescindíveis para a realização de negócios, captação de clientes, comunicação com parceiros e colaboradores.”
O mercado imobiliário pós-pandemia
Com a perspectiva de profissionais do segmento que passam por um momento já um pouco à frente do que estamos vivendo, podemos observar quais são as oportunidades que se apresentam, com relação ao futuro do mercado imobiliário, nesta realidade que começa a se desenhar, também aqui no Brasil. Conforme conta Rafael, com a reabertura do escritório, veio um grande aumento na procura e no ritmo de negócios, o que leva o gerente a encarar o futuro com otimismo e confiança. “Acreditamos firmemente que o mercado imobiliário, especialmente em Portugal, irá recuperar sua força e sua velocidade em breve”, afirma. “Este é um processo que poderá levar alguns meses, pois ainda temos uma pandemia em nível mundial e há uma série de consequências que impactam financeiramente as famílias. Contudo, reforçamos a nossa perspectiva de que o mercado retomará sua força.”
Para Rafael, a população portuguesa tem mostrado um comportamento exemplar neste período desafiador, tanto no que diz respeito a um sistema de saúde eficaz, como na solidariedade e na coesão social. “Juntos, temos conseguido controlar esta pandemia e manter um equilíbrio nos hospitais e serviços de saúde. E este ‘sucesso’ tem sido largamente comunicado para o exterior, passando uma boa imagem do país. Se Portugal já era um destino muito procurado pelo público internacional, agora será um país ainda mais reconhecido como uma excelente escolha de investimento ou residência”, completa.
Além disso, os fundamentos que fazem de Portugal um país extremamente atrativo permanecem: qualidade de vida acima da média europeia, segurança (trata-se do terceiro país mais pacífico do mundo), hospitalidade com os estrangeiros e custo de vida abaixo de outros países da Europa. Rafael destaca ainda o custo por metro quadrado, muito abaixo das capitais vizinhas, com qualidade de construção elevadíssima, além de todas as condições e infraestruturas de saúde, educação, tecnologia e serviços. Ou seja, o custo-benefício para residentes e investidores é quase inigualável.
Segundo Rafael, os destinos mais procurados em Portugal, para compra de imóveis, continuam sendo em cidades como Lisboa, Cascais e Oeiras. “Mas tem havido um ligeiro aumento de interessados em algumas regiões próximas a esses centros urbanos, como Malveira da Serra, Azóia, Tróia e Azeitão. Essas são localizações que oferecem muita tranquilidade e privacidade, em casas maiores e com bastante área externa. É interessante essa demanda por locais fora dos centros urbanos, pois está diretamente relacionada ao momento atual, em que valorizamos muito o espaço exterior e a qualidade da nossa casa”, conclui.
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