O cenário econômico é amplamente marcado por alterações nas taxas de juros, que causam impacto direto no mercado imobiliário, afetando tanto compradores quanto proprietários e investidores. Mas como? Vamos te explicar.
Com taxas mais baixas, o custo de financiamento acompanha a tendência, incentivando as pessoas a comprarem imóveis. Já com juros mais elevados, o aumento do custo de financiamentos e empréstimos imobiliários desestimulam muitos potenciais compradores. Com a retração no consumo, há a desaceleração nas vendas, criando um efeito em cadeia que pode afetar o setor imobiliário como um todo.
Valorização e Desvalorização de Imóveis
A alta dos juros tende a criar um mercado comprador em que há mais oferta do que demanda. Mas isso quer dizer, necessariamente, que há uma baixa nos preços?
O impacto da mudança no perfil de compradores e investidores
Muitos compradores mudam seu perfil de busca, sendo mais seletivos ou mirando em imóveis menores e mais baratos. É comum que alguns posterguem uma possível compra, optando por alugar uma propriedade. Com a alta na oferta, os preços de locação podem aumentar.
Esse cenário representa uma oportunidade para os investidores, que reconhecem o valor de imóveis que geram renda de aluguel, buscando assim oportunidades com maior segurança e potencial de valorização.
Ainda no tocante a investidores, a taxa de juros é um fator decisivo ao analisar diferentes opções de investimento. Investimentos alternativos, como títulos e ações, tornam-se mais atraentes em épocas de juros altos, afetando a demanda por propriedades como investimento.
Impacto nas Construções
A alta taxa de juros também influencia as decisões das construtoras. Com a incerteza do mercado, ou novos lançamentos são adiados, ou o ritmo de construção é reduzido, afetando a oferta futura de imóveis e podendo causar uma escassez em áreas de alta demanda.
Quando o Banco Central decide aumentar a taxa de juros?
Diversos fatores podem motivar a decisão, mas pode-se destacar a necessidade de controlar a inflação e estabilizar a economia e os preços. O Banco Central busca encontrar um ponto no qual a economia possa crescer de forma sustentável, sem gerar pressões inflacionárias.
No contexto do mercado imobiliário, a elevação da taxa de juros, ao desacelerar a economia, reduz a demanda por bens e serviços—como imóveis—pressionando a inflação para baixo. Por outro lado, em períodos de crescimento econômico significativo, a demanda pode superar a oferta, causando pressões inflacionárias. Nesse contexto, aumentar a taxa de juros pode desacelerar o crescimento excessivo.
Também é importante mencionar que o aumento das taxas pode ser uma medida para evitar “bolhas” em ativos, como imóveis e ações, que podem ocorrer quando os juros estão muito baixos por longos períodos. Nesse sentido, uma “bolha” é uma situação em que o preço de um ativo aumenta rapidamente e, quando os preços caem subitamente, pode levar a perdas significativas para investidores.
De acordo com Marco Túlio Vilela Lima, CEO da Esquema Imóveis, “Quando o mercado percebe que há uma necessidade de aumentar a taxa de juros, isso acaba por conferir certa segurança aos investimentos de longo prazo, uma vez que denota cautela.”