Como os espaços podem influenciar a sensação de pertencimento
A NeuroArquitetura e o NeuroUrbanismo são conceitos que dependem da aplicação da neurociência para a compreensão dos impactos da arquitetura tanto no cérebro como nos comportamentos humanos. É a partir de seu caráter interdisciplinar, por exemplo, que a NeuroArquitetura institui diferentes interfaces com outros campos de conhecimento.
Nesse sentido, há um aumento significativo do campo de pesquisas sobre a relação entre o ser humano e os espaços construídos, isto é, entre o ambiente e o usuário. Aqui, potencializa-se, inclusive, a compreensão de mensagens transmitidas por esses espaços em níveis menos conscientes de percepção.
Neurociência como aporte
Comumente confundido com a Psicologia Ambiental, o conceito diferencia-se pelo grande aporte da neurociência, esta a qual permite um entendimento mais profundo e completo das reações fisiológicas do organismo, bem como do cérebro, quando expostos aos estímulos de determinado ambiente. É por esse motivo que a NeuroArquitetura é colocada em um patamar mais amplo em termos de estudo, uma vez que alcança respostas sobre diferentes sistemas do ser humano, como o sistema nervoso, o sistema endócrino e o sistema imune.
Sobre esta ideia, reitera-se a sua dimensão se pensarmos nos níveis em que se aplica, desde o molecular e o celular até questões comportamentais, sem deixar de lado, no entanto, seu objetivo principal: a compreensão sobre o impacto dos ambientes físicos nos indivíduos. São alguns exemplos desses efeitos:
- Liberação de substâncias químicas (hormônios e neurotransmissores, por exemplo);
- Expressão genética;
- Plasticidade cerebral;
- Alteração dos estados mentais, percepção, emoções ou comportamentos.
Relação humano x espaço
Dessa forma, é possível entender que a NeuroArquitetura consiste em uma busca pela criação de ambientes capazes de estimular ou inibir determinados padrões. Profissionais arquitetos que utilizam a neurociência na hora de elaborar um projeto, por exemplo, conseguem alcançar um resultado diferenciado na relação humano/espaço.
Esses aspectos, no entanto, não excluem o fato de que as pessoas são únicas e influenciadas por uma série de fatores, como os genéticos, subjetivos e culturais. Aqui, o conceito deve ser utilizado com o princípio “eficiência com qualidade de vida e bem-estar pessoal”. Ainda com a importância dos espaços e da cidade para a sensação de pertencimento, Jacobs (2011) acrescenta como essa mesma sensação causa nos indivíduos a vontade de cuidar, e que sem esta, muito se pode observar situações de pior estado de conservação dos espaços.
Sensação de pertencimento e retorno ao espaço público
Nesse sentido, para além dos impactos positivos na relação dos moradores com suas respectivas residências e arredores, é de importante destaque a consequência deste efeito nos próprios espaços; ora, se há o senso de pertencimento, há o senso de responsabilidade advindo da conexão positiva entre o humano e a cidade. Aqui, à medida em que o indivíduo se sente cuidado, sentir-se-á, da mesma forma, responsável pela manutenção e preservação daquilo que o cuida.
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