Explorar uma cidade por meio da sua arquitetura é utilizar um dos objeto de estudo mais importantes para a arquitetura. Fachadas, praças, museus e edifícios são marcas de tempo, cultura e escolhas urbanas e revelam como cada sociedade entende o viver e a arte. Para quem aprecia formas, história e urbanismo, algumas cidades se tornam destinos obrigatórios, oferecendo experiências que ampliam o olhar e inspiram novas perspectivas.
A seguir, confira uma seleção de cidades ao redor do mundo que transformam a arquitetura em protagonista e convidam os visitantes a observarem o mundo com mais atenção.
Barcelona, Espanha
Barcelona é uma cidade urbana vibrante, onde tradição e contemporâneo convivem de forma harmônica. O modernismo catalão está por toda parte, especialmente nas obras de Antoni Gaudí, que subverteram a estética convencional com formas orgânicas, mosaicos coloridos e conceitos estruturais inovadores. A Casa Batlló, a Sagrada Família e o Parque Güell são apenas alguns exemplos do impacto artístico que molda o imaginário da cidade. Além disso, o planejamento urbano pós-Olimpíadas de 1992 revitalizou áreas inteiras, criando ciclovias, parques e espaços culturais que tornaram Barcelona referência global em urbanismo contemporâneo.

Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona
Florença, Itália
Florença é, possivelmente, o destino mais simbólico para quem quer compreender o Renascimento e a história da arte como um todo. Caminhar por suas ruas significa ver de perto a evolução das proporções clássicas, o estudo da perspectiva e o diálogo entre arte e arquitetura em sua forma mais pura. A cúpula de Brunelleschi, principal cartão postal de Florença, é um marco da engenharia mundial e inspira até hoje arquitetos que estudam soluções abobadadas. Palácios renascentistas, praças históricas e igrejas imponentes formam uma paisagem coerente, preservada e profundamente ligada à identidade cultural da Europa.

David de Michelangelo, Galleria dell’Accademia, Florença
Dubai, Emirados Árabes
Dubai é uma vitrine futurista da arquitetura contemporânea, uma cidade ultramoderna. Entre arranha-céus famosos, como o Burj Khalifa, e ilhas artificiais desenhadas com precisão geométrica, o destino impressiona pela ousadia. O urbanismo local se desenvolveu rapidamente, apoiado em tecnologia e inovação para transformar o deserto em um polo global. Hotéis de design escultural, museus futuristas e pontes de estruturas arrojadas mostram como Dubai cria, em tempo real, uma nova narrativa para o uso da arquitetura como símbolo de modernidade.

Oxford, Inglaterra
Oxford reúne o que há de mais fascinante na arquitetura acadêmica. Os colleges que formam a Universidade de Oxford, alguns com mais de nove séculos, combinam estilos gótico, neoclássico e georgiano, criando uma atmosfera que parece ter parado no tempo. Corredores medievais, claustros silenciosos e bibliotecas monumentais revelam um cuidado estético alinhado à tradição e ao intelecto. A cidade se modernizou sem perder o encanto: prédios contemporâneos dialogam com estruturas históricas em intervenções discretas e bem integradas ao conjunto urbano.

Bilbao, Espanha
Bilbao se reinventou por meio da arquitetura. A inauguração do Museu Guggenheim, projetado por Frank Gehry, marcou o início de um processo de revitalização urbana que transformou a cidade em referência internacional. A antiga região industrial ganhou parques, passarelas modernas, bondes sustentáveis e espaços culturais que mudaram completamente a paisagem local. Hoje, Bilbao evidencia como arquitetura e urbanismo podem produzir impacto social, econômico e estético ao mesmo tempo.

Marselha, França
Marselha é uma síntese vibrante de diferentes eras arquitetônicas. Do porto antigo às intervenções contemporâneas, a cidade é uma coletânea viva de estilos. Um dos grandes marcos locais é a Unidade de Habitação de Le Corbusier, um experimento modernista que influenciou modelos residenciais ao redor do mundo. Além disso, edifícios culturais como o MUCEM e revitalizações costeiras mostram como Marselha combina história, diversidade e novas linguagens arquitetônicas, criando uma identidade multifacetada e cheia de energia.

Naoshima, Japão
Naoshima é um destino quase espiritual para quem busca arquitetura integrada ao silêncio e à natureza. Conhecida como a “ilha da arte”, reúne museus e instalações ao ar livre projetados por Tadao Ando, mestre do concreto aparente e da luz natural. Cada edifício foi pensado para dialogar com a paisagem, criando espaços contemplativos onde arquitetura e ambiente se complementam. O resultado é uma experiência sensorial rara, que redefine o entendimento sobre minimalismo, simplicidade e conexão com o território.

Brasília, Brasil
Brasília é um capítulo à parte na história da arquitetura mundial. Fruto da visão modernista de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a capital apresenta monumentalidade, curvas futuristas e espaços amplos que traduzem o ideal de um novo Brasil nos anos 1960. A organização do Plano Piloto, os eixos que estruturam a cidade e os edifícios simbólicos, como o Congresso Nacional e a Catedral, revelam um experimento urbanístico único. Brasília continua sendo, até hoje, referência para estudiosos que buscam compreender como política, território e arquitetura se conectam.

A arquitetura como estudo nas cidades
A arquitetura das cidades é um campo de estudo essencial para entender como vivemos e nos relacionamos com o espaço. Cada uma dessas cidades revela como as escolhas urbanas influenciam diretamente as arquiteturas residenciais e, automaticamente, moldam ruas, bairros e modos de vida. Observar essas referências ao redor do mundo é ampliar repertório e perceber que toda cidade é, antes de tudo, uma construção coletiva.