Aprenda a criar um design de interiores com tons vibrantes, dando um toque moderno aos ambientes, mas mantendo a sofisticação
Sabe aquele toque de cor que parece tornar tudo melhor? Um arrojado design de interiores pode transformar qualquer ambiente. Nesse sentido, o uso de cores fortes e vibrantes ajuda a dar modernidade aos espaços, seja nas paredes, móveis ou objetos de decoração.
As cores vivas têm sido um verdadeiro coringa no design, principalmente nos últimos anos. Estilos como o retrô moderno e o minimalista, por exemplo, tendem a usar alguns elementos de cores mais ousadas para quebrar a monotonia, principalmente quando se trata de ambientes urbanos e descolados. A ideia é trazer combinações inesperadas, que chamem a atenção para detalhes que passariam despercebidos.
Para criar ambientes utilizando cores vivas, alguns designers se inspiram em artistas conhecidos por trabalharem as cores de forma arrojada e também inusitada em suas obras, como Henri Matisse, Pablo Picasso, Andy Warhol, Frank Stella, Esther Stewart e Sam Falls.
Cores vivas são muito versáteis e, em geral, transmitem sensações de ânimo e otimismo. Por isso, têm sido amplamente utilizadas na arquitetura para provocar determinadas emoções. Mas a tendência deve ser explorada com certo equilíbrio na decoração, de modo que os ambientes não acabem se tornando visualmente poluídos, com informações em excesso.
A dica, no design de interiores, é observar a regra 60-30-10, que ajuda a balancear a mistura de estilos, tons e texturas. Mas como exatamente esse conceito funciona?
- 60% do ambiente é composto por paredes, sofás e tapetes, ou seja, peças que se sobressaem na decoração. Esses itens representam a sua cor dominante.
- 30% são cortinas, móveis menores, cadeiras ou poltronas e peças pequenas de decoração, que irão representar a cor secundária.
- 10% são almofadas e mantas, acessórios decorativos, plantas e obras de arte. Aqui, geralmente é inserida a cor de destaque do ambiente.
A ideia é escolher três cores-base para formar sua paleta, distribuindo cada uma delas nos elementos e proporções acima. A cor dominante é aquela que, quando se entra em determinado espaço, é percebida como a base daquele ambiente. A cor secundária deve complementar a primeira, mas ser diferente dela o bastante para gerar interesse e contraste. Já a cor dos acessórios, ou seja, aquela que aparecerá em menor quantidade, precisa de certo modo destoar do contexto geral, acrescentando personalidade.
A regra 60-30-10 pode ser quebrada, naturalmente, mas isso também torna a harmonização do espaço um pouco mais complicada. Uma das opções é acrescentar duas ou mais cores vibrantes na mistura (algo como 50-30-10-10 ou 60-20-10-10). Esses tons mais fortes podem aparecer em almofadas, vasos ou molduras.
Outra possibilidade é brincar com o conceito monocromático, ou seja, mantendo o mesmo espectro de cores para todo o ambiente, variando entre tons mais claros e mais escuros. Vale ressaltar que uma sala toda em cores neutras, como branco, preto, cinza ou bege, tende a ser agradável aos olhos; já um ambiente inteiro em variações de vermelho seria um tanto quanto exagerado. Por isso, a proporção ideal, para cores vivas, sejam elas secundárias ou complementares, é de até 25% do ambiente (ou, para os mais ousados, elas podem ocupar no máximo 50% do ambiente).
Também é possível apostar nas combinações de cores complementares. Para isso, selecione duas cores opostas no círculo cromático – uma mais quente e outra mais fria, o que dará equilíbrio ao ambiente. Outra possibilidade é selecionar três cores adjacentes uma à outra, sendo a cor do meio dominante (por exemplo, dentro do espectro azul/verde, verde e verde/amarelo). Ou, ainda, escolher uma cor principal, encontrar sua cor complementar no lado oposto do círculo e acrescentar mais uma das cores adjacentes a essa (por exemplo, azul como a cor dominante, laranja complementando, vermelho como terceira cor).
Mas talvez a forma mais simples (e praticamente infalível) de usar cores vibrantes é inserir um único elemento colorido na decoração, com o objetivo de destacá-lo em meio a um ambiente essencialmente monocromático. Detalhes como esse são capazes de tornar qualquer espaço memorável.
O importante é ser criativo e se arriscar, mas com bom senso e tentando manter o equilíbrio visual no ambiente, para que o espaço não se torne infantilizado ou sobrecarregado de cores. Tons mais vivos são divertidos e transmitem energia, mas é preciso saber utilizá-los de forma consistente, adicionando pontos de cor a uma base neutra, como pinceladas de tinta em uma tela em branco.
Um tapete ou obra de arte pode atuar como a peça unificadora, no contexto geral do design de interiores, repetindo cores que se encontram em outros detalhes da decoração e harmonizando os tons vibrantes com as cores dominantes. Evite utilizar muitas texturas e estampas, uma vez que a cor em si já irá chamar bastante a atenção.
Vale também escolher tons que fujam do espectro das cores primárias (vermelho, amarelo e azul). Cores secundárias, como laranja, roxo e verde, são uma excelente pedida para acrescentar estilo e complexidade à decoração. Outras cores interessantes são turquesa, verde esmeralda, azul marinho e até mesmo dourado.
É bom ter em mente que as cores impactam de forma significativa nossas percepções e sensações sobre os ambientes. Em geral, são a primeira coisa em que alguém repara, ao entrar em uma casa ou apartamento. Objetos de cores fortes atraem o olhar e dão uma atmosfera moderna aos ambientes. Além disso, os tons vibrantes são sempre uma excelente maneira de demonstrar ousadia e personalidade.