Um grande estudioso da flora brasileira, o paisagista se destaca pelo uso de plantas tropicais em seus projetos
Para o paulista Gil Fialho, que conta com uma carreira de mais de 30 anos, o paisagismo não somente resgata a identidade do local onde está inserido, integrando a arquitetura com o meio ambiente, como ainda traz um benefício ecológico. Observador e estudioso da flora nacional, ele é conhecido por desenvolver projetos que utilizam plantas brasileiras em sua composição.
Trabalhar com espécies vegetais que remetam a um ambiente tropical pode ser desafiador, já que se trata de uma flora que tende a se desenvolver de maneira irrestrita, na natureza. No entanto, Fialho é capaz de reproduzir a beleza desse ecossistema de forma organizada e ao mesmo tempo orgânica, como se as plantas não houvessem sido colocadas ali por um paisagismo e, sim, já fizessem parte da paisagem nativa.
Em sua bagagem, o paisagista traz projetos residenciais, comerciais e corporativos, espaços públicos e eventos, além de edifícios e condomínios (inclusive de campo, como os condomínios Quinta da Baroneza, Fazenda Boa Vista e Terras de Itu).
Entre os principais projetos criados pelo escritório de Gil Fialho estão o desenvolvimento de um cinturão verde envolvendo três empreendimentos junto a um parque botânico, uma torre corporativa com certificação LEED (Leadership in Energy and Environment Design) na Avenida Faria Lima, o paisagismo da primeira residência com certificação Grenn Building Council do Brasil e o projeto piloto para o maior empreendimento imobiliário horizontal da Bahia. Já entre projetos corporativos, estão o F.L. 4300, os Edifícios Brookfield, o Condomínio Talatona (Angola), o Warapuru e o West Whales.
No paisagismo residencial, Fialho projeta jardins que aproximam os moradores da área externa, valorizando a matéria-prima e as técnicas brasileiras. Para criar seus cenários tropicais, o paisagista usa espelhos d’água, pedras e pedriscos, palmeiras, helicônias, zingers, alpínias, arbustos (para atrair beija-flores e borboletas), bananeiras ornamentais e outras árvores frutíferas. Em seus trabalhos, ele demonstra todo o conhecimento adquirido em estudos e implantações de projetos para a recuperação de áreas da Mata Atlântica e projetos de macro paisagismo para bairros e condomínios.
Além de integrar a arquitetura com o entorno, Fialho valoriza o conforto térmico e as sensações provocadas pelo paisagismo, por meio da aproximação das pessoas com a natureza. Seu estilo ajuda a transformar e a ressignificar a paisagem, tornando-a dinâmica e estimulante.
Gil Fialho também já teve seu trabalho destacado em publicações, como o livro New Brazilian Gardens: The Legacy of Burle Marx, e recebeu os prêmios Leaf Award, Wallpaper Design Award, Prêmio Casa Claudia (como preferido do público), Prêmio Master Imobiliário e International Properties Award.
A paixão pela botânica é visível no trabalho desse paisagista autodidata, que iniciou sua carreira em um sítio em Cambury, inspirado por um amigo alemão, com quem fazia expedições pelas matas nativas. O interesse por plantas ornamentais acabou se tornando, com grande sucesso, em uma profissão.