Conheça o trabalho extraordinário de alguns dos maiores paisagistas do mundo, em jardins que são verdadeiras obras de arte
“Sei que é no sonho que os jardins existem, antes de existirem do lado de fora. Um jardim é um sonho que virou realidade…” – Rubem Alves
Desde o início deste ano, por conta do isolamento social, muitas pessoas passaram a dar mais valor aos espaços verdes em suas casas. Jardins e áreas externas já eram parte importante de um projeto arquitetônico, mas com a pandemia eles se tornaram simplesmente essenciais. Afinal, como afirmou o paisagista norte-americano Thomas Church, “o único limite para seu jardim é a sua imaginação”. Por isso, selecionamos aqui alguns dos jardins mais inspiradores ao redor do mundo, verdadeiras obras primas de paisagistas talentosos.
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Jardins do Palácio de Versailles | França
Filho e neto de jardineiros da corte francesa, André Le Nôtre cresceu em meio à arte e arquitetura de palácios reais. Seu trabalho com a nobreza chamou a atenção do Rei Louis XIV, que o contratou para projetar os jardins do Palácio de Versailles. O design se tornou tão icônico que inspirou os jardins do Parque da Independência, em São Paulo.
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Keukenhof | Holanda
A história desse famoso jardim holandês data do século XV, quando a condessa Jacoba van Beieren colhia nele frutos e vegetais para a cozinha de seu castelo. Em 1857, os paisagistas Jan David Zocher e seu filho Louis Paul Zocher redesenharam os jardins do palácio, fundamentando as bases do Keukenhof atual. Mas foi a partir de 1949 que exportadores de tulipas da região passaram a utilizar a propriedade para exibir suas plantas, o que deu origem ao parque de primavera que existe até hoje, atraindo visitantes do mundo inteiro.
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Kenroku-en | Japão
O Jardim de Seis Atributos (nome que se refere às principais características do Kenroku-en: espaço, isolamento, artificialidade, antiguidade, água abudante e ampla vista) está localizado fora dos portões do Castelo de Kanazawa. Ele é um dos mais tradicionais jardins privados japoneses e também um dos mais importantes do país. Foi criado entre 1620 e 1840 pelo clã Maeda e passou por um grande incêndio, em 1759. O jardim permanece aberto durante todo o ano para visitações e oferece uma paisagem diferente a cada estação.
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Nong Nooch Tropical Garden | Tailândia
Em 1954, Pisit e Nongnooch Tansacha compraram uma propriedade de 600 acres, para estabelecer uma plantação de frutas (mangas, laranjas e cocos). Mas, em uma viagem ao exterior, a senhora Nongnooch se inspirou na beleza do paisagismo com que teve contato e decidiu transformar seu pomar em um jardim tropical de flores e plantas ornamentais. Posteriormente, o local se tornou uma atração turística, com acomodações para os visitantes, tendo sido aberto ao público em 1980. Hoje, conta com um teatro, para exibições de atrações culturais típicas tailandesas, como um show com elefantes.
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Jardim do Palácio de Verão de Beijing | China
Tombado pela Unesco como “uma obra prima do paisagismo chinês”, o jardim do Palácio de Verão, ao noroeste de Beijing, é considerado o mais bem preservado jardim imperial do mundo, além de ser o maior ainda existente na China. Seu paisagismo inclui não apenas jardins, mas espelhos d’água, templos e pavilhões projetados para inspirar harmonia com a natureza. O local era utilizado pela família imperial chinesa na estação mais quente do ano, mas é tão encantador que a imperadora Cixi acabou fixando residência permanente no palácio.
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Royal Botanic Gardens, Kew | Reino Unido
Outro jardim tombado pela Unesco, o Kew conta com uma coleção botânica com mais de 50 mil espécies. A história do local se originou no século XVIII, passando de palácio real a uma instituição científica voltada à pesquisa de plantas e fungos. Em 1759, a Princesa Augusta, mãe do Rei George III, criou na propriedade um jardim de 9 acres. Ao longo dos séculos, ele sofreu diversas remodelações e foi adaptado ao uso acadêmico, sendo aberto ao público em 1840.
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Brooklyn Botanic Garden | Estados Unidos
Quando o Jardim Botânico do Brooklyn foi fundado, a cidade de Nova York estava se tornando uma área de amplo desenvolvimento imobiliário, com a construção de edifícios e ruas pavimentadas. Seu objetivo foi de manter uma área verde em meio ao concreto da nova metrópole. Hoje, o local se destaca como um dos mais belos jardins urbanos do mundo.
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Jardin Majorelle | Marrocos
Localizado em Marrakech, o jardim é fruto de quarenta anos de paixão e dedicação do pintor francês Jacques Majorelle. Em meio a córregos, plantas e árvores exóticas, as flores de lótus chamam a atenção dos visitantes, assim como o canto das inúmeras espécies de pássaros que povoam o local. A arquitetura moura, com toques de art déco, completa o cenário de cores vibrantes e azul intenso.
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Kirstenbosch National Botanical Garden | África do Sul
O Kirstenbosch faz parte do South African National Biodiversity Institute – SANBI. A história desses jardins se iniciou em 1903, quando Harold Pearson assumiu a direção da cadeira de botânica do South African College e sentiu a necessidade de criar um jardim botânico na cidade de Cape Town, ligado à universidade. A propriedade escolhida para abrigar o empreendimento foi uma fazenda que havia sido negligenciada por muitos anos. A fundação da base para o jardim levou entre dez e quinze anos. Nas primeiras décadas de existência do Kirstenbosch, a maior parte do trabalho foi realizada manualmente, em uma topografia desafiadora para o paisagismo, com muitas rochas e declives no terreno, o que só aumenta o mérito de todos os envolvidos na criação desse verdadeiro santuário natural.
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Jardim da Villa d’Este | Itália
A Villa d’Este é uma vila do século XVI localizada em Tivoli, perto de Roma, famosa por seu jardim renascentista, com centenas de fontes e cascatas. Hoje, o local é tombado pela Unesco e se tornou parte de um museu. Pirro Ligorio, que trabalhou nos afrescos da vila, também foi responsável por criar seu jardim, com a assistência de Tommaso Chiruchi, um dos mais renomados engenheiros hidráulicos da época. O jardim foi projetado com um eixo central, sendo que na parte superior estão algumas de suas mais famosas fontes e esculturas, e na parte inferior (onde originalmente ficava o pomar da cozinha) estão suas estruturas mais antigas, preservadas desde a época em que a propriedade pertencia ao cardeal Ippolito d’Este.